A propósito de Arte
(Subjacente às minhas aulas no âmbito das Artes Visuais).
Pode dizer-se que a visão de cada um é tanto mais rica quanto maior for o respectivo conhecimento do mundo, a sua memória. Esta teoria ou capacidade de percepcionar, comparar e identificar qualidades é chamada, pelos psicólogos, *Gestalt, “diferenciação perceptual”.
Pode dizer-se que a visão de cada um é tanto mais rica quanto maior for o respectivo conhecimento do mundo, a sua memória. Esta teoria ou capacidade de percepcionar, comparar e identificar qualidades é chamada, pelos psicólogos, *Gestalt, “diferenciação perceptual”.
A essência da percepção é selectiva; assim, à medida que o tempo passa, aprendemos a reduzir a complexidade do mundo visual.
A tendência para generalizar leva-nos a fabricar estereótipos perceptuais; isto é, o conceito visual de cada um tende a interferir com a percepção, (qualitativa e analítica), do que está a observar. Esta “constância visual” substitui aquilo que observamos pelo que sabemos.
A “constância visual” revela-se extremamente útil porque permite-nos identificar facilmente tudo aquilo que nos rodeia. No entanto, no campo das Artes, estas “constâncias visuais” têm que ser controladas e orientadas porque interferem com a nossa percepção estética. É como se disséssemos que temos tendência para reduzir a complexidade do mundo visual a símbolos visuais ou discursivos.
Também as formas, de Arte Visual, que percepcionámos ao longo da vida vão influenciar a concepção individual tornando-se o seu quadro de referência.
Assim, por exemplo, quem nunca observou Arte abstracta, de um modo geral, ser-lhe-á muito difícil apreciar Arte não objectiva. Que explora ou existe apenas no domínio das ideias.
Psicologicamente reagimos de maneira diferente perante a mesma situação. Não só porque fisiologicamente somos diferentes mas também porque ao longo do tempo fomos acumulando informações muito diferentes.
Psicologicamente reagimos de maneira diferente perante a mesma situação. Não só porque fisiologicamente somos diferentes mas também porque ao longo do tempo fomos acumulando informações muito diferentes.
O enquadramento estético revela-se, fundamental e necessário, como referência. Para que cada um possa ver o mundo em relação à sua forma estrutural, ao seu conteúdo expressivo, às suas qualidades e às relações visuais que se estabelecem.
Enquanto professora procurei despertar esta consciência nos meus alunos, alguns dos quais passei a admirar.
Enquanto professora procurei despertar esta consciência nos meus alunos, alguns dos quais passei a admirar.
Isabel Lhansol Massapina
*Gestalt - palavra aplicada pelos psicólogos, desde o início do século xx a um conjunto de princípios científicos nos quais se admite estarem assentes as bases do conhecimento actual sobre percepção visual.
A bibliografia sobre as teorias de Gestalt é vasta, contando entre os seus principais teóricos, Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka; sobre a aplicação das teorias gestaltistas à Arte a obra fundamental é de Rudolf Arnheim "Art an Visual Perception" (1954).
Viva, Isabel!
ResponderEliminarCom muita admiração e muito apreço, saúdo este espaço de Arte e Intervenção.
Pecará por tardio, arrisco dizer; mas chegou e isso é que importa. E, agora, é ir em frente. Como dizia o grande Poeta espanhol António Machado, «o caminho faz-se caminhando...»
Saudações cordiais
do José-Augusto de Carvalho
Olá Isabelinha! Continua, gosto deste blog. Vou estar atenta!
ResponderEliminarAbraço
lisa
Vou aparecer aqui com outro nome porque já tive um blog a meias com a Leonor e Guida.
Lisinha, agradeço o teu comentário. E, se gostas, adere!
EliminarAbraço